Dizem que sensibilidade demais atrapalha. Que expor o que sente é estar vulnerável demais ao outro. Agora me explica, como é que se vive feliz engasgando emoções e sentimentos? A gente se mata um pouco por dia para ser igual a quem adia a felicidade de se traduzir nas vontades que se fazem colorir? Não aprendi a esconder o meu sentir, trans (bordo) com muita facilidade. Os olhos brilham mais, o sorriso se desenha de ponta a ponta. É um carnaval fora de época controlando o meu corpo. É descompasso que vale a pena, frio na barriga que compensa a ausência de razão. Ser sensível demais, me faz ser corajosa para viver nessa selva de gente rasa e medrosa.
Marcely Pieroni Gastaldi
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